sábado, 26 de julho de 2008

Acordei com vontade de três pontinhos, do tudo ou nada, não quero o talvez ou o quase, tive vontade de me lançar no vazio abismático sincronizado com o meu eu, que doidera! Seria indícios da minha insanidade, ou do revertério da minha insensatez, o que seria pior!
Tive vontade de pôr um ponto final nisso tudo, mas alguém sabe me dizer se do lado de lá não seria somente mais uma vírgula!? Três pontinhos, me deixa solta, livre, ir e vir sem lhe dar satisfação, quero três pontinhos nos meus medos, hora deixá-los crescer a ponto de me engulir do avesso, hora esmagá-los como míseras formigas, usando-o a meu bel prazer, três pontinhos naquele beijo demorado que foi interrompido pelo teu adeus, só mais três pontinhos é o que eu quero.
Não é ponto e vírgula, não é pausa, é deixar lá quieto sem ninguém saber, e quando der na telha eu volto, ora congela o momento, ora vai em slow motion, ora deleta mesmo, que se dane!
Tá tudo sem gosto mesmo, tá tudo preto e branco, três pontinhos pra isso tudo, quero prosseguir do meu jeito, será que dá?! Vou me refazer, me dispor a me impor novamente, ter uma reintegração de posse, vou ser dona do que já é meu, meu eu, que está aqui dentro esquecido a mercê de fórmulas de auto-ajuda, de rezas e cantigas milagrosas, de tantas vírgulas e exclamações, e o que ele quer é só três pontinhos.
Vou te dar um ponto meu querido, você que está em mim, e ao mesmo tempo parece ser tão autonômo, mas é frágil, sensível, inquieto, ansioso.
Nem o espelho consegue mais te revelar, vou ter dar uma colher de chá, só porque você me pediu com jeitinho... me deixou numa deprê braba, daquelas, do seu jeito sutil de me chamar a atenção.
Três pontinhos é o que quer? Então toma...


Angel Ilanah